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quinta-feira, agosto 26, 2010

ENTREVISTA: FOFÃO


 1ª PARTE - FENERBAHCE
Saque Viagem: Você está animada para encarar agora o vôlei turco?
Fofão: Sim, eu estou animada sim. Ainda não caiu a ficha, mas estou animada. É outra cultura, um país onde nunca imaginei jogar. Eles formaram um time bom, o que anima mais. Quando eu fui para lá, o presidente me disse que eles querem ganhar tudo esse ano, em especial a Champions League (risos). Talvez a gente ainda dispute o Mundial de Clubes que vai ter no final do ano. Eles estão tentando um convite para participar.

Saque Viagem: Como a Turquia não tem tanta tradição no cenário mundial, você chegou a ficar receosa de ir jogar lá?
Fofão: A minha preocupação em jogar na Turquia era que o campeonato não fosse tão forte. Afinal Itália e Rússia, na Europa, sempre tiveram campeonatos mais fortes. Mas eles estão querendo entrar no cenário mundial, tanto que várias jogadoras italianas foram para lá. De dois anos para cá, eles estão trabalhando para que o vôlei na Turquia cresça bastante. Eu já joguei na Espanha. Lá o vôlei não cresce, não evolui, o pensamento deles é diferente. Já na Turquia não. Você vê que eles estão buscando esse crescimento. Não é um lugar apenas que você vai jogar pelo dinheiro, mas sim porque o campeonato está cada vez melhor.
Saque Viagem: Antes de acertar com o Fenerbahce, você chegou a pedir informações sobre o vôlei turco para outras atletas?
Fofão: De fora não, mas daqui eu conversei com a Bia, que é muito minha amiga e chegou a jogar lá. Ela me disse coisas ótimas, comentou que o pessoal lá é muito bacana, muito afetuoso. A Bia me disse que eu iria gostar de jogar lá. Ela me conhece bem, sabe do que eu gosto. (risos) Falei com o Zé (Roberto) e também com o pessoal do futebol. Todo mundo falou muito bem da Turquia, disse que é um belo país, que as pessoas acompanham muito esporte.
Saque Viagem: Se você não tivesse acertado com o Fenerbahce, onde iria jogar a próxima temporada?
Fofão: No Brasil, estava mais difícil para ficar. Talvez eu tivesse ido para a Rússia. Demorei um pouco para definir a minha situação porque eu pensei: "Ah, meu Deus, a Rússia". Mas é aquela coisa: eu iria assim mesmo. Aí acabou aparecendo a proposta do Fenerbahce e eu gostei bastante.
Saque Viagem: O que te impediu de ir para a Rússia? O frio, à distância, o vôlei jogado lá?
Fofão: Mais pelo vôlei mesmo, que tem muitas bolas altas. Eu cheguei a ver alguns jogos pela televisão e pensei na época: "Nossa, não se encaixa no meu estilo". Se fosse para lá, eu teria que me adaptar ao estilo de jogo deles, que é sempre igual, não evolui. A Walewska já me falou que é bem diferente jogar lá, ela ataca pouco, o jogo deles é bem marcado. A Paula também sentiu bastante a diferença, o treinamento também não é igual ao daqui.
Saque Viagem: Com tanta estrangeira no Fenerbahce, como vocês vão se comunicar? Já está estudando alguma coisa de turco?
Fofão: Eu procurei alguma coisa na internet, mas é muito difícil. (risos) As letras são diferentes, é uma confusão. (risos) Não é fácil, mas eu já peguei algumas frases básicas, para ser educada com as pessoas e conseguir me virar um pouco (risos). A minha sorte é que meu técnico é brasileiro, então elas que se virem para entender (risos). Mas acho que a maioria vai conversar em italiano mesmo em quadra. A não ser que eles peçam que todas falem alguma coisa de turco, já que estaremos jogando no país deles.
Saque Viagem: Istambul é uma cidade enorme, assim como São Paulo, onde você vive.
Fofão: É verdade. A cidade é uma loucura. Nem vou sentir falta de São Paulo. (risos) O trânsito de lá também é pesado, tanto que eles pediram para que todos morassem nos prédios que existem perto do ginásio. Os prédios ficam a cinco minutos do ginásio. Lá eu vou morar com meu marido. Se ele não fosse, eu não iria não. (risos) Ele sempre me acompanha e não tem problema em se adaptar. Lá na Itália, sem falar italiano, ele fez um monte de amigo. (risos) Ele se vira super bem.
Saque Viagem: Você costuma comentar que sua vida é movida a desafios. Na Turquia, qual vai ser o desafio a ser enfrentado?
Fofão: Acho que voltar a jogar fora do Brasil, estar em uma grande equipe, que vai disputar os grandes campeonatos da Europa. Eu já estava mais tranquila aqui no Brasil e não imaginava que fosse voltar a jogar no exterior, onde eu fiquei por quatro anos. Mas a vida sempre acaba pregando surpresas.

2ª PARTE – FALTA DE APOIO
Saque Viagem: É frustrante, a cada temporada, ter que buscar uma nova equipe para jogar?
Fofão: É, é sim. Se você perde um campeonato, o time pode acabar. Mas, se você ganha, o time também pode acabar. Para a jogadora, é muito ruim essa falta de segurança, essa falta de estabilidade. Nós achávamos que fosse melhorar um pouco depois da medalha de Pequim, até porque todo mundo voltou a jogar no Brasil, mas aí aconteceu tudo de novo. Não estou indo para o exterior porque quero. Foi por falta de opção mesmo. Acabou não sendo criada uma nova equipe. Falta investir mais. Eu sempre fico meio chateada sim com essa situação e até estava querendo parar de jogar neste ano. Estava um pouco desanimada e pensei: "Mais uma vez isso aconteceu". Ainda bem que essa proposta da Turquia apareceu me deixou bem animada. Espero agora chegar lá e jogar bem.
Saque Viagem: Esse troca-troca constante de patrocínios no vôlei você credita ao quê? Aos empresários, à falta de apoio da grande mídia?
Fofão: Acho que falta um planejamento melhor, contratos de longa duração. Na maioria das vezes, um patrocinador entra mais por curiosidade. É muito difícil para o vôlei, porque não se cria uma identificação. O time de Osasco e do Rio, por mais que às vezes sofram mudanças, eles continuam participando de campeonatos, geram uma identificação com a torcida. O Minas e o Pinheiros também sempre estão disputando os campeonatos, mas às vezes não têm um grande patrocinador. Eu, sinceramente, não consigo entender o que falta. Quando tem o problema da TV não passar os jogos, os próprios patrocinadores também não vão buscar os direitos deles. Não é só a jogadora que tem que se expor, mas o patrocinador também deve brigar mais pelos direitos. É triste porque o voleibol brasileiro ganha medalha, é o melhor do mundo, mas sempre passa por esses momentos difíceis.

Saque Viagem: Existe uma diferença de tratamento entre o vôlei masculino e feminino?
Fofão: Se eu falar que não tem, eu vou mentir, porque nós vemos que no masculino eles continuam com equipes fortes, com bons investimentos, alguns patrocinadores voltando. Os jogadores que voltaram a jogar no Brasil, estão em grandes times. Nós também queremos ter a mesma oportunidade que a deles, de poder escolher uma equipe boa. No vôlei feminino só tem duas grandes equipes, então fica difícil para dividir as jogadoras. É injusto isso? É. Nós queremos jogar, queremos estar em grandes equipes, mas no feminino é difícil. Até com a própria seleção. Todos os campeonatos acontecem na Ásia. Enquanto o Mundial masculino vai ser na Itália, o feminino vai ser de novo no Japão. O tratamento é outro. Parece que para o feminino qualquer coisa serve.
Saque Viagem: Para o vôlei feminino, ter apenas duas forças há tantos anos é ruim?
Fofão: É. O São Caetano ainda teve um grande time nessas últimas duas temporadas. Se nós tivéssemos a oportunidade de continuar, acredito que nesse ano a história seria diferente. Nós estávamos conseguindo montar um time bacana, mas aí foi desmontado. Vai ficar mais uma vez entre Osasco e Rio de Janeiro, que são as equipes que têm dinheiro, que conseguem as jogadoras que eles querem.
Saque Viagem: Então você não coloca o Vôlei Futuro na briga pelo título?
Fofão: Acho que elas vão brigar também, mas eu falo mais do Rio e Osasco, porque elas estão acostumadas a disputar finais. O time de Araçatuba montou uma grande equipe, mas, se você for ver na prática, as duas equipes que vão fazer a final é Rio e Osasco. E Araçatuba talvez sofra com o entrosamento. Leva-se um tempo para entrosar, enquanto as outras duas equipes já estão com a base pronta.
Saque Viagem: Para você foi frustrante ter ficado duas temporadas no São Caetano e ter terminado na terceira posição da Superliga nas duas vezes?
Fofão: No primeiro ano nem tanto. Nós já sabíamos que faltava muita coisa. Mas, no segundo ano, eu tinha certeza que nós iríamos conseguir fazer a final da Superliga. O time demorou um pouco para se entrosar, conseguimos nos entrosar numa fase boa, mas faltou aquela experiência que o Rio e Osasco têm de disputar finais. Como estão sempre na final, elas têm uma tranquilidade a mais para disputar decisões. Por não estarmos nas finais, acho que o São Caetano sentiu um pouco. Nós tínhamos jogadoras experientes e tínhamos condições de sair do Rio com uma vitória.

3ª PARTE – SELEÇÃO BRASILEIRA
Saque Viagem: O Brasil está melhor preparado para o Mundial do que há quatro anos?
Fofão: A seleção ainda está em fase de preparação, até porque não vinha jogando. Agora, com o Grand Prix, a tendência é que elas adquiram mais ritmo, mais entrosamento. Nos primeiros jogos, elas estavam um pouco inseguras, mas isso é normal pela falta de ritmo. Durante o Grand Prix, elas vão crescer e tenho certeza de que vão chegar muito fortes ao Mundial.
Saque Viagem: A seleção feminina joga muito pouco no Brasil.
Fofão: É verdade. A maioria dos campeonatos é na Ásia. Essa é a segunda vez que as meninas jogam uma etapa de Grand Prix aqui no Brasil. Isso é ruim, porque não se cria uma identificação mais forte com o feminino. Elas precisam jogar mais aqui. Ainda que neste ano elas fizeram amistosos por aqui. É importante as pessoas verem a seleção de perto. Geralmente, os torcedores acordam de madrugada, ficam sofrendo com o horário.
Saque Viagem: Ainda com relação ao Mundial, quais são os principais adversários do Brasil na luta pelo título?
Fofão: As equipes que mantiverem uma base mais experiente. A Rússia vai vir muito forte. Tem umas ponteiras novas que são muito boas, ainda tem a Gamova, Sokolova. Acho que elas vão dar muito trabalho, como sempre dão. A Itália, com a equipe completa, é também uma boa candidata ao título. Mas eu acredito no Brasil. Nós temos jogadoras diferenciadas, duas centrais muito fortes, outras jogadoras muito habilidosas, tem muita ponteira de qualidade. E isso é bom, porque o Zé pode mudar muito o jogo, fazendo esse revezamento de ponteiras. Por isso, eu acredito muito no Brasil.
Saque Viagem: Com relação às levantadoras, Fofão, foi um erro não ter renovado as levantadoras enquanto você e a Fernanda Venturini defenderam a seleção?
Fofão: Naquela época, algumas levantadoras tiveram oportunidade, mas acabaram não se firmando. Essa falta de renovação nós estamos sentindo agora. Se, de repente, tivéssemos mais levantadoras acompanhando o processo, treinando de perto para adquirir mais experiência, talvez hoje estivesse mais tranquilo. Na seleção, por exemplo, eu nunca treinei com a Dani Lins. Com a Fabíola, uma vez eu disputei um campeonato. Ali na seleção é muito diferente, é outro jogo, outra bagagem, a pressão é muito maior. As duas vão sofrer uma pressão muito grande. Se elas não tiverem uma cabeça boa, será ainda mais difícil, porque parece que cai tudo de uma vez na sua cabeça. A conquista olímpica é muito recente, então as pessoas ficam comparando. Eu passei por isso também.
Saque Viagem: Você passou por essa pressão logo depois que a Fernanda Venturini se aposentou?
Fofão: Isso. As pessoas sempre se perguntavam como ficaria a seleção sem ela. Ouvi muita crítica, muita cobrança. Eu não tinha que provar nada. Eu estava preparada para assumir o lugar dela. Essa era a diferença, porque eu treinei com ela por muito tempo. Apesar de eu ser reserva, eu não perdia meu tempo. Eu ficava ali aprendendo, sempre correndo atrás. Isso é diferente, porque eu tinha alguém para observar. Isso é importante. Infelizmente, elas (Dani Lins e Fabíola) não têm uma referência ali na seleção.
Saque Viagem: Batia um desânimo em você por ter passado tanto tempo na reserva da Fernanda?
Fofão: Não, até porque minha bagagem como levantadora era muito pouca na época. Eu sabia respeitar isso. Na minha primeira convocação, eu tinha só um ano como levantadora. Eu sabia que tinha muita coisa para aprender. Ali, pra mim, o mais importante era estar no grupo, independentemente de jogar ou não. Mas eu estava sempre ali trabalhando. As meninas até diziam que a Fernanda era o que era porque eu estava na cola dela. Se ela desse uma brecha, eu aproveitava. Então a Fernanda também trabalhava muito. Isso ajudou muito as duas a crescer. Foi bom porque ela não se acomodava, assim como eu. Depois que ela saiu da seleção, eu passei um ano escutando muito, as pessoas falando o tempo todo dela. Mas nós ganhamos Grand Prix, ganhamos Pan-americano, então as pessoas começaram a me enxergar de um outro jeito. Nós conquistamos ainda a medalha de bronze em Sydney, então nós mantivemos o nível de conquistas. Isso foi importante. Mas até você conquistar o seu espaço é complicado. Hoje eu tenho meu espaço, meu nome, mas é porque eu ralei muito.
Saque Viagem: E é mais ou menos a pressão que a Dani Lins e a Fabíola estão passando agora?
Fofão: É o que elas estão passando. Mas, se elas forem campeãs mundiais, isso tudo acaba. Ninguém vai mais se lembrar da Fofão. (risos)
Saque Viagem: Não dá aquela vontade de voltar para a seleção, já que o Mundial é o único grande título que você não tem?
Fofão: (risos) Não, minha cabeça não está mais na seleção. Como eu me preparei quatro anos para deixar a seleção, hoje minha cabeça é outra. Eu me preparei para sair mesmo em Pequim. Independentemente de medalha, o que viesse ali, eu já estava decidida que iria parar. Preparei muito minha cabeça para isso, não foi fácil, mas eu estava muito consciente do que estava fazendo. E eu me apeguei muito a essas meninas. Elas são muito mais novas do que eu, mas nós nos dávamos muito bem. Elas me zoam direto, me chamam de "vovózinha". (risos)
Saque Viagem: Você teve medo de não ser bem aceita no grupo?
Fofão: Ah, eu tive. Depois de 2004, eu imaginei que não fosse voltar mais. Imaginei que a seleção fosse passar por uma grande reformulação. Eu estava na Itália e pensei: "O Zé nem vai mais querer." Mas, no fundo, eu queria voltar para a seleção. É um sentimento diferente do de hoje. Eu não sinto mais essa vontade de voltar. E, naquela época, eu lembro que vi um jogo delas lá na Itália. Era um time tão alegre, que me deixou ainda com mais vontade de voltar, mas eu não poderia pedir, porque não acho justo. A sorte é que o Zé me procurou, então eu aceitei. (risos) O Zé acabou me dando uma folga e, quando eu voltei, eu disse que não queria nenhum tipo de privilégio. Isso foi até importante, porque elas viam que eu treinava igual, não escolhia campeonato. Elas viam que eu tinha tantos anos de carreira e trabalhava como elas. Isso, no fundo, acaba afetando de forma positiva o grupo. Acho que assim eu adquiri o respeito delas.
Saque Viagem: Você não tem vontade nem de voltar para trabalhar na comissão técnica, para ajudar as levantadoras?
Fofão: Não, eu acho que atrapalha. As pessoas podem criar expectativas e, para a levantadoras, ao invés de ajudar, eu iria atrapalhar. Fica um pouco de pressão, não é legal. Eu já pensei em estar ali, mas, queira ou não queira, as pessoas comentam se você está lá.
Saque Viagen: Fofão, por muito tempo a seleção só ganhou Grand Prix. Isso incomodava vocês?
Fofão: Muito, afinal nós sabíamos que o Grand Prix era uma preparação, não era o campeonato mais importante do vôlei. Nós sabíamos que, enquanto não ganhássemos alguma coisa importante, não iria adiantar a quantidade de Grand Prix que nós ganhássemos. Só que nós sabíamos que estávamos bem, estávamos bem focadas e nos dedicávamos bastante nos treinos. No Pan do Rio e no Mundial de 2006, foi difícil perder. Foram resultados que achei injustos e pensei na época: "Não é possível". Estávamos bem, mas eram detalhes, era aquela última bola que não cai, sabe?
Saque Viagem: Qual derrota foi mais dolorida: a do Pan ou a do Mundial de 2006?
Fofão: Pra mim, Fofão, o Pan do Rio me deixou muito arrasada, eu fiquei mal. Nós nunca tivemos a oportunidade de jogar um grande campeonato em casa. E, naquele ano, eu estava voltando da Itália e o Zé não me deu folga. Eu estava no meu limite. O Zé deu apenas dois dias de folga e nós já começamos a treinar. Nós nos dedicamos e chegamos até a final. Ver aquela torcida toda, aquele ginásio lotado e não conseguir vencer o jogo foi frustrante. Aquele grupo não merecia, porque trabalhou muito para chegar até lá. No pódio, eu estava superesgotada, já sem forças, cansada físico e psicologicamente.
Saque Viagem: Você costuma dizer que a geração de 90 foi a melhor do vôlei brasileiro.
Fofão: Aquela geração foi a melhor de todas. As jogadoras, individualmente, eram muito craques. Eu costumo dizer que é diferente dessa geração, porque hoje o Brasil é muito forte no conjunto. Naquela época, tínhamos jogadoras que decidiam os jogos sozinhas. Elas mereciam ter conquistado alguma coisa, porque, além de serem craques, eram também muito batalhadoras. O Bernardo treinava muito o time, mas Cuba estava um degrau acima.
Saque Viagem: E foi ali que começou uma grande rivalidade entre Brasil e Cuba, com muita provocação.
Fofão: É verdade, mas enxergo mais como uma tática delas aquela provocação toda. Elas perceberam que o Brasil começou a equilibrar o jogo em quadra. E as cubanas sabiam que tínhamos uma Márcia Fu, uma Ana Moser, que não levavam desaforo para casa. De alguma forma, elas queriam desconcertar o time do Brasil. Mas essa rivalidade foi até legal, porque todo mundo queria ver Brasil e Cuba em quadra.
Saque Viagem: Existia amizade fora de quadra com as cubanas?
Fofão: Existia sim, tanto que no Mundial de 94, que foi disputado aqui, nós demos calças jeans e perfumes para elas, compramos charuto para ajudar, porque sabíamos a situação difícil do país. Nem sei para que nós comprávamos os charutos (risos). Era mais para ajudá-las mesmo. A gente comprava também aqueles cabelos que elas usam, mas, depois da briga em Atlanta, a relação ficou diferente. Eu joguei com a Aguero, a Francia, e são pessoas maravilhosas.

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