Fonte: Bruno Voloch
1. O que finalmente está acontecendo com sua equipe?
Nada demais, por enquanto. Veja que Osasco e Unilever mudaram pouco em relação a temporada passada. Unilever manteve a base toda e Osasco trocou a Paula pela Jaqueline. Foram as nossas duas derrotas até agora, ou seja, nenhum absurdo. No paulista caímos para Osasco sem as jogadoras da seleção brasileira e isso fez a diferença.
2. E como você encara as cobranças por títulos?
A cobrança é diária e dentro da normalidade. A comparação com a temporada passada que é complicada e gera mal-estar. Achei que o time iria entrosar mais rápido, está demorando demais e isso me deixa muito chateado, confesso.
3. De quem é a responsabilidade nessa hora?
As pessoas ficam procurando fantasma, jogar a culpa em alguém e isso não existe. A responsabilidade é de todos, eu tenho minha parcela e as jogadoras também. Minha função é fazer esse time jogar em sintonia, treinar cada vez mais e mudar o estado psicológico desse grupo. Vou conseguir, garanto.
4. O São Caetano pode sonhar com o título da superliga?
Claro que sim. Ainda confio muito nesse time e vamos dar a volta por cima. O São Caetano será campeão. Ganhando algumas partidas o ambiente volta ao normal, até porque os times que estão na frente ainda vão se enfrentar. Temos todo o segundo turno e acredito que vamos terminar em primeiro lugar a fase de classificação.
5. Como está sendo trabalhar com a Mari e a Sheilla?
Elas estão me ajudando demais, nota 10. São participativas e sempre dispostas a colaborar. As pessoas precisam entender somente uma coisa. Quando o atleta está na seleção e volta para o clube é complicado e não é a mesma coisa. Passei isso com Nalbert, Geovani, André Nascimento e é necessário ter paciência para o jogador se readaptar.
6. Fisicamente o time parece bem, mas a líbero Suellen não está fora de forma ?
Não é o biótipo ideal, claro. A Suellen se acostumou a jogar gordinha, é boa tecnicamente, mas tem que emagrecer. Ela precisa entender que é necessário ter uma alimentação controlada e ser saudável. Digo qualidade de vida até como mulher. A Suellen está pegando pesado, nadando e correndo todos os dias.
7. Você errou no planejamento ou nas contratações?
Posso até ter errado. Pensei na contratação da Fernanda Garay no início, mas conheci ela lá do Minas e considerava muito insegura para ser ponta passadora do meu time. Aprovei a Regla Bell por tudo que ela fez na Espanha na última temporada e foi a MVP do campeonato. Vi os jogos dela pelos vídeos e aprovei. Mantenho o que disse e a Regla hoje é a quarta opção para ponta.
8. Então a Regla não deu certo?
Por enquanto não. Acredito muito nela ainda, pois tem potencial e pode estourar a qualquer momento do campeonato. Está treinando muito, tem experiência, ótimo passe, mas não vai ganhar a vaga pelo que ela fez no passado e sim pelo que fizer agora. Respeito os títulos olímpicos e mundiais, mas hoje é outro momento, outra época, e ela precisa entender. A Regla tem liberdade de ir embora se preferir, mas acho que não vai abandonar o time.
9. O que mudou então?
O que as pessoas precisam entender é que ela tem 38 anos e não vai jogar como jogava na década de 90. Nunca mais. Isso é normal. A Fofão é um caso diferente, assim como o Gílson no masculino.
10. Na temporada passada o time fracassou pelo nível ruim das jogadoras de meio. E hoje?
A Juciely salta muito, tem uma boa leitura de bloqueio e ataca bem. A Natália é uma promessa e vem evoluindo jogo a jogo.
11. Como você está encara essa pressão?
Não me importo com pressão. Sei do meu potencial como treinador e nos últimos 5 anos disputei 4 finais e não ganhei mais títulos porque tive sérios problemas de contusão com algumas peças chave. Numa temporada foi com o Nalbert e o Rivaldo e no ano seguinte perdi o André Nascimento com problema no menisco e o Heller com problema no tendão. Se não fosse isso, ganhava.
12. Você está sentindo diferença de trabalhar novamente com o feminino?
Estou sentindo muito. No masculino só de olhar para o adversário sabia onde o cara iria sacar, atacar ou levantar. Sabia das ações dos treinadores também e isso me facilitava as coisas. No feminino estou ainda conhecendo muita jogadora e a maneira de trabalhar de alguns treinadores. Mas com o tempo chego lá.
13. Quem é a melhor levantadora do Brasil?
A Fofão segue bem na frente dessas meninas todas. Para a seleção não sei. É tudo muito igual e vejo a Dani Lins, Fabíola e Ana Tiemi nas mesmas condições, mas todas elas com muitos altos e baixos ainda. Essa Rosane que Osasco emprestou para Macaé é promissora, gosto dela.
14. Com tantos anos no masculino você apontaria um favorito?
Apostaria no Sesi.
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